A melhor trepada de minha vida

Meu nome é Vera. Nunca tinha me passado pela cabeça a idéia de trair meu marido. Casei-me virgem aos 19 anos e já celebramos as bodas de prata. Ele foi o meu primeiro homem. Com ele, tivemos um casal de filhos, que hoje moram no exterior. Apesar do tempo de matrimônio, temos uma vida sexual adequada e nunca exigi dele mais do que temos tido. No ano passado, por causa de uma promoção na empresa em que meu marido trabalha, mudamo-nos de Porto Alegre, cidade onde nasci, para o Rio de Janeiro. Quando estávamos com apenas um mês entre os cariocas, meu marido teve que fazer uma viagem de duas semanas à Europa. Uma amiga minha de adolescência convidou-me para fazer compras com ela no centro da cidade, local que eu ainda não me aventurara a conhecer. Nosso apartamento fica no extremo da Zona Sul, onde ela foi me buscar, porque eu tinha medo de dirigir no Rio. Quando estávamos fazendo compras, minha amiga recebeu uma chamada pelo celular. Era uma emergência em sua família.
Ela ficou muito embaraçada com a situação e me perguntou se eu ficaria aborrecida se ela não me desse carona de volta, pois ela morava no Méier, subúrbio da Central do Brasil. Despedimo-nos e fui pegar o metrô, só para experimentar. Quando já estava sentada, um rapaz negro e forte, vestindo uma bata africana e com cabelos de trancinhas, chegou-se a mim com minha bolsa. “Dona – disse ele com um par de olhos grandes – a senhora deixou cair.” Agradeci com um sorriso e ele respondeu, por sua vez, mostrando uma fileira de dentes alvos, que contrastavam com sua pele escura. Sentou-se a minha frente, ainda com um sorriso amigável. Não vou dizer que nunca tivera uma fantasia de estar transando com um artista famoso, um modelo, um cantor. Várias vezes fiz amor com meu marido pensando no milionário Donald Trump, que por sinal tem alguma semelhança física com meu esposo. Mas naquele momento, dentro do metrô, eu senti uma atração física, algo bem carnal, por aquele jovem negro. Volta e meia, vinha-me à mente a imagem dele me beijando. Eu desviava o olhar que, teimosamente, regressava àquela criatura de ébano. Imaginava-me sendo abraçada por ele, quase esmagada pelos seus músculos. Fui ficando excitada, minhas calcinhas molhadas. E mesmo que eu não quisesse, meus pensamentos projetavam aquelas imagens proibidas. Eu me via na cama gemendo e sendo invadida pelo seu sexo. Pensava estar acariciando o corpo dele, extasiada pelas nossas diferenças: os cabelos negros e trançados dele trançando-se nos meus louros e lisos; os seus olhos pretos como azeviche fitando os meus azuis. Lembrei-me de uma canção que a Elis Regina, minha conterrânea, cantava: “Eu quero esse homem de cor... um deus negro do Congo ou daqui... que seu sangue se integre no meu sangue europeu...” Eu queria aquele homem, pelo menos em minhas fantasias, enquanto sentada na composição o metrô. O jovem levantou a vista no justo momento em que eu, no meu devaneio, chegava a um orgasmo na cama com ele. Quando nossos olhares se cruzaram, eu devo ter ruborizado da cor da camisa do Inter de Porto Alegre, apesar de eu torcer pelo Grêmio. Sorri da comparação que me veio à mente. Pelo seu semblante, percebi que o jovem negro havia notado a minha excitação e embaraço. Não sei se por coincidência, ele mordeu os lábios. Morri de vergonha e desviei o olhar. Depois que saí do metrô, junto com ele na última estação, foi que me dei conta de que estava preocupada para onde o jovem teria ido. Num momento, senti que gostaria de revê-lo e fiquei olhando ao redor para ver se descobria para onde fora. De repente, escuto uma voz perto de mim: “Estou aqui.” Era ele. Meu coração deu um salto. Não sei se de alegria ou de medo. Apenas permaneci em silêncio no ponto do ônibus. Entramos juntos no ônibus que ia me levar até o prédio onde moro. Eu estava tensa e fiquei mais ainda quando, não havendo mais lugares para sentar, ambos ficamos de pé. Ele ia colando o corpo ao meu, à medida que o ônibus ficava mais cheio. Descaradamente, ele engatou-se na minha bunda. Eu experimentei um moleza em todo o meu corpo e encostei mais nele. O jovem negro começou a tirar o maior sarro na minha bunda e eu fui ficando ainda mais excitada com aquela situação. Ele mexia devagar e eu procurava acomodar meu corpo ao dele, empurrando minha traseira até sentir o seu pau latejante. Meus sucos começaram a rolar pelas minhas pernas e eu apertava meu corpo ainda mais. Ele se deliciava com leves movimentos. Eu comecei a ofegar. O cheiro do sexo é característico e parece que estava dando para perceber. Uma jovem sentada no banco perto dos meus quadris deu uma piscada para cima e começou a rir. Eu morri de vergonha. Enrubescer parece que foi uma bandeira ainda maior. Era a evidência que a jovem precisava para saber que não estava enganada. Embora vestida, eu estava copulando com o negro de trancinhas e não sabia como interromper aquele ato. Eu queria... mas não queria... mas estava tão gostoso. Eu brigava comigo mesma. Era uma luta entre a dama e a mulher. Como ninguém nasce dama, a mulher sempre vence. E apesar do risinho maroto da jovem sentada, eu sonhava com aquele pau negro que roçava na minha bunda. Quando desci do ônibus, tudo que eu queria era chegar em casa e masturbar-me urgentemente. Andei apressada pela calçada como se estivesse ébria, drogada, totalmente dopada pelo sexo. Para minha surpresa, a figura do jovem negro surgiu ao meu lado. Pensei que ele havia me perseguido para me roubar, mas depois ponderei que se ele fosse ladrão, ele teria ficado com a minha bolsa no metrô. Não precisaria se dar ao incômodo de fazer uma viagem até o Leblon. “O que é que você quer de mim?” – perguntei com firmeza. “Eu quero o que você quer.” – respondeu o jovem negro com um certo ar de cinismo. Continuei andando apressada em silêncio e ele me seguindo. Chegamos perto do meu prédio. Ele disse: “Acho melhor a gente fingir que é conhecido, pois se não o porteiro vai desconfiar.” Absurdamente eu concordei com a cabeça. Era a prova de que ele estava certo. Eu queria o que ele queria. Talvez até eu estivesse querendo muito mais do que ele pensava. “Meu nome é André” – disse ele. “Meu nome é Vera.” Entramos no meu prédio conversado como se fôssemos conhecidos. Ante o olhar do porteiro eu disse: “Ele está comigo. É um amigo meu.” Fomos para o elevador, que desemboca direto na minha sala de estar, pois moro num prédio onde só há um apartamento por andar. Entramos. Notei que ele se surpreendeu com um luxo a que com certeza não estava acostumado. Fiquei de costas para ele, esperando. O jovem aproximou-se até encostar seu pau na minha bunda, como fizera no ônibus. Eu gemi com liberdade. Ele ficou sarrando e mordendo meu pescoço. Eu empurrava meu corpo contra o dele e mexia sem nenhuma vergonha. Eu era um égua no cio, igualzinha às que tínhamos na fazenda que fora de propriedade do meu pai. Eu queria ser como as éguas naquele momento. Tudo que eu queria era dar vazão aos meus instintos de fêmea e ele prolongava uma excitação que agora transformava-se em agonia. Empurrei-o para trás e debrucei-me no sofá, com os pés sobre o carpete, erguendo a saia até a cintura. Abaixei minhas calcinhas e pedi: “Vem!” Abri minhas pernas e com as mãos arreganhei minha boceta ensopada para ele. Ouvi o som de que ele desatava o cinto de suas calças jeans. “Eu não tenho camisinha” – ponderou ele. Eu escancarei mais ainda a boceta para que ele não tivesse dúvidas de que eu era uma égua no cio. Breve, a cabeça de sua pica encostava na minha xana e começava a forçar para dentro. Era muito grande, como um tarugo de madeira. Eu gemia alto. “Põe logo. Eu quero sentir você dentro de mim, André.” Ele forçou mais um pouco. Mesmo lubrificada doeu. André segurou o pau e fez círculos na minha xota, o que me levou a um orgasmo intenso. Ele começou a meter. Cada centímetro eu tinha um orgasmo. Nunca me imaginei sendo multi-orgásmica. Na verdade, sempre pensei que isso era mentira. Com meu marido, eu atingia o clímax e depois a gente esfriava por alguns minutos. Com o jovem negro parecia que eu não esfriava nunca. Eu gozava e gozava e gozava, uma coisa que parecia não ter fim. “Eu quero mais – eu pedia – quero mais, André! Me mata de prazer, meu crioulo!” Eu que venho de uma educação muito conservadora, flagrei-me sendo desbocada. “Fode, André! Fode sua alemãzinha! Me chama de puta! Chama e me faz gozar mais.” Ele atendeu: “Minha putinha. Goza na minha piroca, minha putinha. Diz que meu pau é gostoso. Que é tudo que você sonhou na vida.” E eu disse tudo que ele queria ouvir. ”André, seu crioulo de piroca grande, você é tudo que eu queria na vida! Me fode gostoso! Gostoso como eu nunca fui fodida!” André gozou aos baldes dentro de mim. Eu chorei de felicidade. Ficamos naquela posição por um tempo indefinido. Creio que devam ter sido uns quinze a vinte minutos. Ele debruçou sobre meu corpo e ficamos curtindo aquele indizível silêncio do depois. Acho que adormeci junto com ele. Quando voltei a mim, encarei não apenas a realidade, mas o retrato do meu marido na mesinha do canto da sala, justo ao lado do sofá onde fizera sexo com meu jovem negro de trancinhas e bata africana. Fiquei furiosa comigo, mas pus a culpa no jovem negro. “Viu o que você fez?” – gritei aos prantos. “Vi o que nós fizemos” – disse André. “E não ponha a culpa em mim. Nós queríamos fazer e fizemos. E adoramos o que fizemos.” Fiquei chorando olhando para o retrato do meu marido. “Acho melhor você ir embora – disse eu – e sair de uma vez da minha vida, onde você jamais deveria ter entrado.” O jovem desengatou do meu corpo e começou a se recompor para ir embora. Por um instante, meu instinto de fêmea no cio quase exigiu que eu pedisse a André para me comer de novo. Tinha sido tão bom, talvez a melhor trepada de toda a minha vida. “Desculpe-me, Vera” – disse ele. “Só que vai ser difícil apagar da memória sua imagem e tudo que vivemos aqui neste curto período. Pode ser que para você tenha sido uma experiência vã. Para mim foi muito importante sentir o que senti com você” – André completou enquanto se dirigia à porta vagarosamente, como quem não quer ir embora. Eu me levantei com o coração batendo à altura do pescoço. Eu podia senti-lo pulsando como se fosse um tambor. André disse adeus, mas antes que ele fechasse a porta eu gritei: “Não vá, André! Fica mais um pouco... só um pouquinho mais, meu amor.”

Sem comentários:

Enviar um comentário